Junho marca o período em que os bois Caprichoso e Garantido adentram a arena do Bumbódromo, em Parintins, para uma das maiores celebrações culturais do mundo. Com o respaldo do Governo do Amazonas, a essência mais marcante do Festival de Parintins é a rivalidade histórica entre os dois bumbás, que remonta ao início do século XX. Embora saudável, esse embate reverbera não apenas nas cores dos trajes, mas também na divisão dos espaços na cidade e até mesmo na alteração da paleta de cores de grandes marcas.
Os protagonistas deste espetáculo
O Festival de Parintins gira em torno da competição entre os bois Caprichoso, representado pelas cores azul e branca, e Garantido, cujas cores são o vermelho e o branco.
O boi Caprichoso foi fundado pelo artesão cearense Roque Cid, enquanto o boi Garantido teve origem com o pescador parintinense Lindolfo Monteverde. Ambos os bumbás foram criados em 1913.
Atualmente, cada boi possui sua própria sede, denominada galpões, onde todas as alegorias e fantasias são confeccionadas para a apresentação na arena do Bumbódromo. Os ensaios técnicos, os shows e as performances ocorrem nos “currais”, ou seja, nas instalações de cada boi. O espaço do Caprichoso é conhecido como Curral Zeca Xibelão, enquanto o Garantido é associado à Cidade Garantido.
O Caprichoso conquistou o título do Festival de Parintins 24 vezes, enquanto o Garantido foi campeão em 32 ocasiões.
O Festival de Parintins
Anualmente, o Festival de Parintins agita a ilha de Parintins, um município situado na região do baixo Amazonas, a 369 quilômetros de Manaus. A cidade conta com uma população de mais de 96 mil habitantes, conforme dados de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Considerado Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o festival é realizado no último final de semana do mês de junho.
O boi-bumbá é uma tradição secular do estado do Amazonas, que teve origem como uma brincadeira dos caboclos ribeirinhos parintinenses, nos quintais das casas durante as festividades juninas, sob influência do Bumbá meu boi, do Maranhão, e das festas de folguedo comuns no Nordeste brasileiro.