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‘Ainda Estou Aqui’: Indígenas celebram vitória no Oscar em cinema na aldeia do AM

‘Ainda Estou Aqui’: Indígenas celebram vitória no Oscar em cinema na aldeia do AM

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Cerca de 50 indígenas de quatro etnias se reuniram na aldeia Inhaã-bé, no Amazonas, onde está localizada a primeira sala de cinema em território indígena do Norte do Brasil, para acompanhar a cerimônia do Oscar 2025 neste domingo (2).

A torcida pelo filme brasileiro Ainda Estou Aqui começou na sexta-feira (28), com a realização de um ritual indígena para transmitir boas energias ao longa dirigido por Walter Salles, vencedor na categoria ‘Melhor Filme Internacional’.

A celebração contou com danças, pinturas corporais, muita música e uma mistura de apreensão e alegria, que logo se transformou em felicidade após o anúncio da conquista histórica para o cinema brasileiro. Confira o vídeo acima.

Para Thais Kokama, organizadora do projeto Cine Aldeia e integrante da etnia Kokama, o encontro durante a premiação foi uma forma de agradecer o trabalho de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres no filme, que tanto lutou pela causa dos povos indígenas.

“A luta dela foi a nossa luta e, em homenagem a ela, decidimos nos reunir para fazer essa grande torcida e enviar muita energia positiva para que o Oscar fosse nosso”, afirmou.

O artista indígena Amadeu Sateré, do povo Sateré-Mawé, esteve no local para se juntar à torcida no coração da Floresta Amazônica e destacou que, apesar dos muitos obstáculos enfrentados pelos povos originários ao longo da história, prevaleceu a felicidade com a conquista do primeiro Oscar brasileiro.

“Nos sentimos muito felizes, apesar de todos os obstáculos que enfrentamos, com esse nervosismo batendo no nosso coração. Mas aqui, cantamos, nos divertimos e emanamos toda a energia que temos, a energia de nossos ancestrais”, disse.

Ritual de boas energias

No final da tarde de sexta-feira, indígenas se reuniram em frente ao Cine Aldeia para realizar um ritual de boas energias para o filme brasileiro. Veja no vídeo abaixo.

A pajé-curandeira A-yá Kukamíria, do povo Kukama, foi responsável pela cerimônia. Ela explicou ao G1 que o ritual envolveu diferentes momentos: uma bênção para as pessoas presentes e para o filme na disputa pelo Oscar, seguida por um canto de guerra e a tradicional defumação para emanarem boas energias.

“Homenagear e apoiar, porque a Fernanda Torres merece pela sua interpretação. A personagem, a mensagem que ela traz, foi um ícone em sua época. A luta dela é algo com o qual todo brasileiro pode se identificar”, explicou A-yá sobre o propósito do ritual.

Após o rito, A-yá abençoou uma projeção da estatueta do Oscar colocada em uma árvore ao lado da sala de cinema, com os dizeres “O Oscar é nosso”.

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