Com a elevação do Rio Negro após a seca histórica que atingiu o Amazonas em 2024, o início do ano letivo nas escolas públicas da Zona Rural de Manaus foi antecipado, começando nesta quinta-feira (9). A medida busca concluir as aulas antes do pico da estiagem, previsto para setembro e outubro, período em que o acesso às escolas fica mais difícil para alunos que dependem do transporte fluvial.
A cerimônia de abertura aconteceu na Escola Municipal São José I, localizada na Comunidade Nossa Senhora do Livramento, a cerca de oito quilômetros da área urbana de Manaus, com acesso exclusivo por barco.
Larissa Pereira, uma aluna indígena da etnia Baré, de 7 anos, apresentou uma performance especial durante o evento e expressou sua felicidade ao retomar as aulas. “Eu acordo cedo, mas só vou para a escola à tarde. Amo minha escola”, disse ao g1.
Luciana Silva, mãe de um estudante, destacou o impacto da seca na educação local. “Eles ficaram sem aulas por um período porque a seca dificultou o acesso para os alunos, profissionais e até mesmo os insumos necessários. Estamos ansiosos por esse retorno”, relatou.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), as aulas na Zona Rural seguirão até o início de outubro, enquanto na área urbana o calendário será concluído em dezembro. O prefeito em exercício, Renato Júnior, ressaltou a logística para garantir o transporte e a presença dos estudantes nas salas de aula. “Agora que o acesso foi restabelecido, organizamos apoio logístico com lanchas e infraestrutura para recuperar o tempo perdido durante a seca”, explicou.
Em setembro de 2024, a Prefeitura de Manaus decretou situação de emergência devido à seca severa no Rio Negro, que chegou a níveis históricos. No dia 9 de outubro, o rio alcançou a marca de 12,11 metros, o menor nível registrado, afetando comunidades ribeirinhas e alterando significativamente a rotina da população local.