O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), anunciou que 576 unidades habitacionais do programa “Minha Casa, Minha Vida” serão entregues até maio de 2025, como parte das ações para apoiar famílias afetadas pelos deslizamentos que causaram mortes, feridos e desabrigados na cidade este ano. A declaração foi feita durante uma entrevista ao JAM1 nesta terça-feira (21).

Um deslizamento de terra ocorrido no domingo (19), no bairro Redenção, resultou na morte de Jeferson Araújo, de 30 anos, e sua filha Ester Amorim, de 8 anos, além de deixar outras pessoas feridas.

“Na primeira semana de maio, entregaremos 576 moradias no Parque das Tribos. Esse é o primeiro de sete conjuntos habitacionais que estamos construindo. Em julho, já entregaremos o segundo conjunto”, afirmou David Almeida. Ele destacou que essas obras visam oferecer moradia digna, especialmente para famílias que vivem em áreas de risco.

O prefeito também comentou que as ocorrências de deslizamentos na cidade são reflexo das ocupações irregulares. Segundo a Defesa Civil de Manaus, há atualmente 1,6 mil áreas de risco identificadas. “Esses problemas são consequência da ocupação desordenada causada pela necessidade da população. Como resposta, o poder público está oferecendo soluções habitacionais em parceria com o Governo Federal”, explicou.

David Almeida mencionou os esforços de contenção e prevenção realizados pela Prefeitura, mas ressaltou que os recursos disponíveis são insuficientes para resolver completamente o problema. “Mesmo se destinássemos todo o orçamento de R$ 10 bilhões para obras de contenção, ainda haveria áreas de risco. Temos planejados, para 2025, R$ 1,1 bilhão para construção de moradias, R$ 67 milhões para obras em encostas e R$ 58 milhões para a criação de bairros planejados. Essas iniciativas ajudarão a minimizar os efeitos dos deslizamentos”, destacou.

Tragédia no bairro Redenção

O deslizamento que ocorreu no domingo atingiu duas casas e mobilizou uma grande operação de resgate com 58 bombeiros, especialistas em salvamento e cães farejadores. Após mais de 10 horas de buscas, os corpos de Jeferson Araújo e sua filha Ester foram encontrados abraçados sob os escombros.

Jhuliana Amorim, de 27 anos, companheira de Jeferson e mãe de Ester, sofreu graves ferimentos e teve a perna direita amputada. Ela segue internada em estado grave no Hospital Platão Araújo, na Zona Leste de Manaus, enquanto outros quatro feridos já receberam alta.

O prefeito em exercício, Renato Junior, esteve no local e apontou que o desastre pode ter sido causado por uma ligação clandestina de água que comprometeu a estabilidade do barranco. Entretanto, a confirmação dependerá de um laudo técnico da Defesa Civil.

Assistência às vítimas

A Secretaria Municipal de Assistência Social (Semasc) informou que oito famílias foram removidas da área de risco e cadastradas no programa Auxílio Aluguel. Pontos de arrecadação foram criados para receber doações de itens como roupas, alimentos e lençóis, destinados às famílias atingidas.

As doações podem ser feitas na sede da Semasc, na Avenida Ayrão, Centro de Manaus, de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h. Outros pontos de coleta estão disponíveis na Rua Cubatão, nº 1.791, no bairro Redenção.