O Festival Folclórico de Parintins, a 369 quilômetros de Manaus, não é apenas uma celebração anual, mas uma jornada de paixão que dura o ano todo para os torcedores dos bumbás Caprichoso e Garantido. Ser escolhido por um desses bois não é apenas uma decisão, é uma conexão emocional que transcende as três noites de apresentações.
Dona Nilta Morais, do Caprichoso, compartilha como o amor pelo Touro Negro se instalou em sua casa no bairro Japiim, zona sul de Manaus. Uma viagem para Parintins em 1990 marcou o início desse vínculo, e desde então, a família Morais se tornou uma legião azulada, com o filho Vitorhugo Morais se destacando como mestre da Marujada de Guerra.
A alguns quilômetros dali, na zona centro-sul de Manaus, a família Holanda vive a paixão pelo Garantido. Maria de Lourdes, aos 83 anos, conta como se entregou ao boi vermelho e branco após um emocionante ensaio nos anos 2000. As lágrimas de Ana Holanda, uma das filhas, ao recordar a primeira vez em que viu o boi saindo do coração vermelho no Bumbódromo, revelam a intensidade desse amor.
Essas histórias mostram que a escolha entre o azul e o vermelho em Parintins vai além de uma preferência. É uma experiência que marca vidas, une gerações e transforma um espetáculo folclórico em uma celebração familiar anual.