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Estudo apoiado pelo Governo do Amazonas avalia o potencial ornamental de folhas e frutos

Estudo apoiado pelo Governo do Amazonas avalia o potencial ornamental de folhas e frutos

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Com o objetivo de identificar espécies da flora amazônica com potencial ornamental, que possam ser cultivadas por populações locais — especialmente por mulheres —, um estudo vem sendo desenvolvido com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), via Programa Mulheres das Águas.

Intitulada “Nem tudo são flores: potencial ornamental de folhas e frutos de aráceas amazônicas”, a pesquisa é coordenada pela doutora em Estatística e Experimentação Agronômica, Denise Garcia de Santana, especialista em Recursos Florestais e Engenharia Florestal. O estudo foi realizado no Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), com atividades de campo nos municípios de Tefé, Alvarães e Uarini, na região do Médio Solimões.

De acordo com a pesquisa, o mercado de plantas ornamentais no Brasil ainda é dominado por espécies exóticas. A proposta do projeto é selecionar entre três e cinco espécies da família Araceae — entre epífitas, hemiepífitas e terrestres — que apresentem características favoráveis à comercialização. Com manejo adequado, investimento em pesquisa e técnicas de cultivo, essas espécies podem ganhar espaço no mercado ornamental, gerando oportunidades de renda e promovendo a conservação ambiental.

O foco principal da iniciativa é estabelecer um sistema sustentável de produção. A pesquisadora destaca que a utilização de substratos produzidos a partir de resíduos do processamento da castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa H.B.K) favorece o desenvolvimento das plantas. A casca da amêndoa e o ouriço da castanha possuem nutrientes importantes para o crescimento das espécies estudadas.

Outro resíduo com alto potencial para a produção de substratos é o caroço do açaí. Utilizado cru, parcialmente compostado ou carbonizado, ele pode servir como fonte de nutrientes para fertilizantes organominerais. Além disso, é um recurso amplamente disponível para as comunidades amazônicas, tornando-se uma alternativa viável e acessível.

“As espécies analisadas apresentaram desenvolvimento pleno, da germinação à floração. Na região do Médio Solimões, a produção de espécies ornamentais deve priorizar o uso de resíduos vegetais como substratos, considerando que o solo local não é um recurso renovável”, explica Denise Garcia.

A pesquisadora ressalta ainda que o acesso ao patrimônio genético das espécies deve seguir os critérios da legislação vigente. Com a crescente demanda por plantas nativas no paisagismo, ela acredita que a comercialização pode impulsionar o interesse da sociedade pela conservação da biodiversidade.

Comercializadas em feiras e exposições por mulheres de comunidades locais, as espécies identificadas pelo projeto contribuem para a geração de renda e fortalecem a identidade regional. Para garantir seu uso sustentável, a iniciativa prevê o desenvolvimento de protocolos de manejo, estratégias de comercialização e oficinas de capacitação técnica.

Apoio à ciência liderada por mulheres

A coordenadora do projeto destaca a importância do apoio da Fapeam: “Fundações de Amparo como a Fapeam são fundamentais para impulsionar áreas específicas do conhecimento e definir prioridades estratégicas no Estado”.

O projeto integra o Programa Mulheres das Águas, iniciativa do Governo do Amazonas inserida no Movimento Mulheres e Meninas na Ciência da Fapeam. O programa fomenta pesquisas aplicadas, inovadoras ou de transferência tecnológica lideradas por mulheres, com foco na resolução de desafios enfrentados pelos municípios do interior do Estado.

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