O Governo do Amazonas está apoiando um projeto-piloto voltado ao enfrentamento da pobreza multidimensional em Presidente Figueiredo, a 117 quilômetros de Manaus. A iniciativa, implantada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em parceria com o Instituto Visão Mundial, busca fortalecer o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e aprimorar políticas públicas de proteção social.
Coordenado e monitorado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb) e pela Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), o projeto integra ações desenvolvidas em conjunto com o Unicef. A expectativa é que o modelo seja replicado em outros municípios da Região Metropolitana de Manaus.
Na terça-feira (1º/04), uma reunião no município apresentou os avanços do projeto e as próximas etapas. O encontro contou com a presença da subcoordenadora social da UGPE, Viviane Dutra, equipes técnicas da UGPE e Sedurb, a oficial de Proteção Social do Unicef, Ana Cláudia Botelho, o secretário municipal de Governo (Semgov), Carlos Alexandre, além de representantes das secretarias municipais de Educação, Assistência Social e Cidadania, Saúde, Turismo, Esporte e Cultura.
O projeto-piloto, financiado pelo Unicef por meio da Fundação Vale, foi iniciado em 2024 e envolveu atividades participativas com profissionais da assistência social do município. Com apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc), houve a reorganização do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e a reestruturação da gestão e execução dos serviços de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF).
Segundo Reny Moita, coordenadora de Projetos do Unicef na Sedurb e UGPE, que representou o secretário Marcellus Campêlo, o projeto começou com um diagnóstico da realidade das famílias de Presidente Figueiredo, identificando vulnerabilidades tanto na zona urbana quanto na área rural. “Selecionamos 240 famílias para acompanhamento e detectamos situações de extrema vulnerabilidade, principalmente nas áreas de assistência social, habitação, educação e saúde”, explicou.
Durante a análise, verificou-se que muitas famílias, mesmo cadastradas no Bolsa Família, destinam parte do benefício para pagar aluguel e outras despesas com moradia, comprometendo a alimentação e o bem-estar familiar. “Isso evidencia uma deficiência na infraestrutura habitacional, impactando diretamente a qualidade de vida dessas famílias”, destacou Reny Moita.
O secretário municipal de Governo, Carlos Alexandre, reforçou a importância da iniciativa. “Esse projeto soma os esforços do Unicef, da Sedurb e de outras instituições, além do trabalho que o município já realiza para enfrentar questões sociais, como a segurança alimentar. A parceria com o Estado não só é bem-vinda, como essencial”, afirmou.