O Amazonas teve forte influência da cultura africana na formação de sua identidade, em parte devido às religiões. Por isso, o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), está mapeando os terreiros em todo o estado com o objetivo de reunir informações sobre esses espaços e suas histórias para desenvolver políticas públicas mais inclusivas e eficazes.
Esse trabalho é realizado pela Gerência de Promoção de Igualdade Racial (GPIR) da Sejusc, responsável por elaborar e coordenar políticas que atendam às necessidades específicas para combater a discriminação racial e a intolerância religiosa, promovendo a inclusão social da população negra, indígena, povos e comunidades tradicionais, e promovendo a igualdade étnico-racial e a diversidade religiosa.
Camila Reis, gerente de Promoção de Igualdade Racial, destaca que a aproximação do estado é essencial para promover justiça social e combater as desigualdades históricas enfrentadas pelos praticantes de religiões de matriz africana, além de valorizar a diversidade cultural e religiosa.
“Entendemos que, como estado, temos o dever de fortalecer as políticas de inclusão e direitos humanos, demonstrando um compromisso com a pluralidade e o respeito às diferenças. Isso inclui a construção de um diálogo contínuo entre o executivo estadual e as comunidades religiosas, assegurando que suas vozes sejam ouvidas e consideradas nas decisões”, explica a gerente.
Visitas
Os terreiros interessados em registrar seus dados e receber visitas da Sejusc podem preencher o formulário: https://encurtador.com.br/wgyFU. Camila afirma que se sabe da existência de mais de 200 terreiros somente em Manaus, porém, apenas 65 responderam ao questionário.
A meta é alcançar, pelo menos, 90% dos espaços, considerando suas muitas peculiaridades e a necessidade de que os projetos elaborados sejam tão diversos quanto as vivências.
“Através das informações fornecidas, é possível identificar as reais necessidades e desafios enfrentados, além de reconhecer as valiosas contribuições desses espaços para a sociedade. A coleta de dados permitirá a elaboração de políticas públicas mais justas e eficazes, fortalecendo a diversidade religiosa”, avalia Camila.