Durante o Mês da Mulher, frequentadoras dos Centros Estaduais de Convivência da Família (CECF) e do Idoso (Ceci), mantidos pelo Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), compartilham suas experiências sobre o apoio recebido nessas unidades sociais. Os centros têm sido fundamentais na superação de desafios como a violência doméstica, doenças graves, incluindo o câncer, e outras adversidades.
Os CECF e Ceci oferecem atividades esportivas, artísticas, culturais, de saúde e lazer, criando um ambiente de fortalecimento de vínculos, apoio e incentivo à população, especialmente para as mulheres amazonenses.
Enfrentando a Violência Psicológica
“Palavra dói mais do que um tapa”, relata Tereza Furlan, 45 anos, que se separou após um casamento de 25 anos marcado por humilhações e palavras depreciativas. Apesar de nunca ter sofrido agressões físicas, o impacto emocional foi profundo.
Frequentadora do CECF André Araújo há dois anos, onde participa de atividades como pilates e ginástica, Tereza compartilha que inicialmente resistiu a buscar ajuda, mas foi incentivada por amigas a conversar com uma psicóloga. “Recebi apoio psicológico e comunitário, o que me ajudou a superar traumas e seguir em frente. A separação foi difícil, mas hoje tenho força para dizer não e apoiar outras mulheres na mesma situação”, afirma.
Uma palestra da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) foi um divisor de águas em sua trajetória, quando compreendeu que havia sofrido agressão psicológica, social e sexual. “Hoje sei que não era culpada e estou mais forte”, destaca.
Superação e Novas Perspectivas
Eliana Goretti Lima, 63 anos, enfrentou um diagnóstico de câncer de mama aos 49 anos, o que resultou na remoção total da mama esquerda. Após superar a doença em 2018, foi diagnosticada com câncer de pele entre 2019 e 2020, passando por mais uma cirurgia e um novo tratamento.
Além dos desafios de saúde, Eliana também lidou com a separação de um casamento de 20 anos, afetando sua autoestima. Por incentivo do genro, passou a frequentar o CECF Magdalena Arce Daou, onde há quatro anos participa de atividades como musculação e pilates, além de palestras motivacionais.
“A ida para o centro de convivência mudou minha vida. Fiz amizades, recebi apoio psicológico e me tornei uma pessoa mais ativa e solidária, ajudando outras pessoas a superarem suas dificuldades”, conta Eliana.
O Papel dos Centros de Convivência
A secretária da Seas, Kely Patrícia, reforça que os Centros de Convivência desempenham um papel essencial no fortalecimento de vínculos e acolhimento das mulheres em diversas situações. “Esses espaços recebem a comunidade com zelo e eficiência, atendendo mulheres chefes de família, vítimas de violência e pessoas em busca de apoio e incentivo”, enfatiza.
A coordenadora dos sete Centros de Convivência, Rita Abecassis, destaca que, especialmente no mês de março, são intensificadas ações voltadas ao bem-estar feminino. “Realizamos atividades de saúde, embelezamento e palestras educativas sobre violência doméstica, entre outros temas. Nosso objetivo é proporcionar um ambiente de acolhimento e empoderamento para todas as mulheres”, finaliza.