Monitores ambientais do Parque Estadual Matupiri, uma Unidade de Conservação gerida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), realizaram, no domingo (09/02), a soltura de 185 filhotes de irapuca (Podocnemis erythrocephala). A ação integra o trabalho contínuo de monitoramento de quelônios promovido pela Sema.
O Parque Matupiri, com 513.747 hectares, abrange os municípios de Borba e Manicoré, localizados a 151 e 332 quilômetros de Manaus, respectivamente. A área de soltura pode ser acessada pelo ramal Manicoré, na rodovia BR-319. As equipes presentes no local são responsáveis pela proteção da chocadeira e pela reintrodução dos filhotes à natureza.
“Esta atividade já ocorre há alguns anos. Neste ano, conseguimos soltar 185 filhotes, um número reduzido devido à estiagem. Em anos anteriores, conseguimos números maiores, e nossa meta para 2025 é triplicar esse total. Esta soltura é o momento de reconhecer o trabalho da equipe, devolvendo à natureza os filhotes que foram cuidados ao longo dos últimos três meses”, comentou o gestor do Parque, Cristiano Gonçalves.
Monitoramento da biodiversidade
A preservação dos quelônios começa em agosto, quando monitores e a equipe do parque percorrem as praias para coletar os ovos. A soltura também é uma forma de reconhecer o trabalho dos agentes, que se revezam a cada 15 dias na base do Parque para cuidar dos ovos de quelônios durante os três meses seguintes.
“Todo ano realizamos a coleta dos ovos. Visitamos as praias do rio Matupiri, recolhemos os ovos e os levamos para a chocadeira. Hoje estamos na quarta soltura. Esse projeto foi iniciado pela nossa equipe, sempre com o apoio da gestão do parque, e somos muito gratos por esse suporte”, explicou Marcelo Pereira, chefe dos monitores do Parque.
A soltura foi acompanhada pela técnica ambiental da Sema e responsável pelo monitoramento de quelônios, Géssica Nascimento, que destacou a importância da atividade para toda a região amazônica.
“Esse trabalho é realizado em 23 Unidades de Conservação, envolvendo tanto o monitoramento da biodiversidade quanto dos quelônios. Desde 2018, mais de 2 milhões de quelônios foram soltos na Amazônia, e acredito que esse número já tenha ultrapassado. Trabalhamos com diversas espécies, como irapuca, tracajá, tartaruga-da-amazônia, iaçá e cabeçudo”, afirmou.
As Unidades de Conservação seguem um cronograma alinhado de monitoramento e soltura, com acompanhamento de técnicos e especialistas ambientais. Para a monitora, participar da atividade é uma experiência gratificante.
“As UCs sincronizam esse período de monitoramento e soltura, e conseguimos acompanhar de perto. É uma experiência muito satisfatória. Embora eu não tenha começado desde o início, nos anos em que participei, pude perceber o quanto esse trabalho é bonito e vale a pena”, concluiu.